1,9 mil municípios têm moradores em áreas com risco de catástrofes
1,9 mil municípios têm moradores em áreas com risco de catástrofes
No Brasil, mais de um terço dos municípios — 1.942 do total
de 5.570 — possuem moradores em áreas de alta vulnerabilidade, onde a
probabilidade de ocorrência de eventos geo-hidrológicos, como deslizamentos,
enxurradas e inundações, é aumentada. As informações foram divulgadas pelo
Senado Federal.O Senado destaca que embora a Constituição Federal imponha
à União, aos estados e aos municípios a obrigação de melhorar as condições
habitacionais e de saneamento básico, esse direito não é cumprido, evidenciado
pelo fato de que cerca de nove milhões de brasileiros ainda vivem em áreas de
risco.Marlon Bento, especialista em infraestrutura e diretor
administrativo da Line Bank BR, aponta que o número de pessoas morando em
situação de risco cresceu nos últimos anos, aumentando a possibilidade de que o
Brasil registre, todos os anos, uma grande tragédia.”Estudos climáticos demonstram
tendência grande de chuvas, muitas enchentes e seca. Estes eventos
naturais vão causar grandes desastres no Brasil, porque é um país com dimensões
continentais, o que faz com que ele navegue em todos os ambientes, em todas as
possibilidades de clima, então é importante ter cuidado“, aponta.Um mapeamento realizado pela Casa Civil e pelo Ministério
das Cidades atualizou os critérios e indicadores para identificar os municípios
mais suscetíveis a desastres, com o objetivo de priorizar ações da União. O
estudo revelou que o número de cidades com moradores em áreas de risco é 136%
maior em comparação com o levantamento de 2012, quando 821 municípios constavam
na lista dos mais vulneráveis.Dados do Ministério do Desenvolvimento Social revelam que,
entre 1991 e 2023, os desastres no Brasil resultaram em 5.142 mortes, 9,64
milhões de desalojados e desabrigados, 1,46 milhões de feridos e enfermos, e
232,6 milhões de pessoas afetadas.Rio Grande do SulOs números de desastres no Brasil se agravam ainda mais com
a tragédia climática no Rio Grande do Sul, que já afetou mais de 2,3 milhões de
pessoas e resultou em pelo menos 172 mortos.Marlon Bento também é morador do Rio Grande do Sul e
destaca a tragédia que aconteceu no estado no começo de maio.”Estamos vivendo e ainda vamos viver por um bom
tempo. A gente tem um número enorme, só para ter ideia, hoje temos 461
municípios que foram afetados de alguma maneira e 78 mil pessoas em abrigos, é
um número enorme”, destaca.Cerca de 14,6 mil crianças e adolescentes, duas mil pessoas
com deficiência e 7,2 mil idosos estavam em abrigos no estado gaúcho. As
enchentes, como as que devastaram partes do estado, evidenciaram as
dificuldades no resgate dessas populações. Fonte: Brasil 61