Como fazer a Declaração de Imposto de Renda 2024 sem arrancar os cabelos?
Como fazer a Declaração de Imposto de Renda 2024 sem arrancar os cabelos?
A partir de 2024, o programa para Fazer e Enviar a Declaração de Imposto de Renda começa no dia 15 de março e vai até 31 de maio, após esse prazo, há multa pelo atraso na entrega. Assim, é bom ficar atento e se organizar para fazer o envio dentro do prazo.
Em 2023, mais de 500 mil contribuintes não enviaram a declaração de Imposto de Renda no prazo e são vários fatores que resultam nessa realidade.
A procrastinação, mais conhecida como “empurrar com a barriga”. Seguimos adiando atividades não prazerosas para o dia seguinte, se não temos prazer, tendemos a adiar ao máximo para realizar uma tarefa. Outro fator que pode gerar atraso é a falta de dados. Sem os informes de rendimentos tanto dos bancos onde se tem conta quanto de seus rendimentos pelo trabalho, sem os gastos com educação e saúde, sem recibo das contribuições em previdência privada, por exemplo, não se faz uma declaração de Imposto de Renda completa. Até faz, mas deixa de se beneficiar com possíveis descontos, outros são realmente imprescindíveis e sem eles não dá nem para começar.
Comece a se organizar para fazer
O ideal é se planejar para entregar com folga, antes do prazo final, para não atrasar e ser punido. De preferência em 1º de janeiro de 2024, explico melhor: a declaração de imposto de renda é um balanço que mostra as atividades financeiras que aconteceram ao longo do ano anterior.
Logo, se desde o início do ano o indivíduo já segue separar os documentos que serão necessários para confeccionar a Declaração, já facilita a vida. A completa, para muitas pessoas gera mais benefício, mas para muitas pessoas, tende a dar mais trabalho. Se você ainda não sabe qual será a mais vantajosa, guarde os documentos, e durante a elaboração da declaração simule e compare o que se tem a pagar ou a receber. Se você não tem os documentos comprobatórios das despesas, essa possibilidade não é para você.
Para documentos digitais, informes de rendimentos de bancos, de empresas, de bolsa de valores, de planos de saúde, mensalidade escolar, recibos de consultas médicas, recibos de pagamento de previdência privada, de dentistas, nutricionistas, fonoaudiólogos, recibo de pagamento de aluguel, de compra de imóveis, consulta com psicólogo são exemplos, abra um arquivo no computador e salve os documentos em PDF, pois na hora do preenchimento não é aquele corre-corre do tipo, “liga pro médico e pede a ele para mandar”. Para documentos físicos vale a mesma recomendação.
Lembre-se de guardar o seu e o do seu dependente financeiro. Tem filho? Não deixe de tirar o CPF dele, pois ele será incluído como seu dependente financeiro, o que já te dá um desconto na declaração completa.
Você ou o contador? Não importa se você ou se você vai contratar um contador para fazer a sua declaração, lembre-se que para o profissional a demanda de trabalho aumenta exponencialmente nessa época do ano, e você corre o risco de ele não ter capacidade física de aceitar mais uma declaração a fazer.
Por que as pessoas têm tanta dificuldade em fazer a declaração?
São vários os motivos, o primeiro de todos é que estamos lidando com autoridades fiscais, e isso por si só já não nos deixa muito confortáveis, um errinho besta, pode nos levar a cair na temida malha fina, pode ser uma bobeira que vira uma dor de cabeça. Outro aspecto importante é que está muito associado a aversão à perda, pagar imposto de renda dói, principalmente porque o retorno do que se pagou não é algo facilmente observado. Um terceiro motivo, é bastante comum e menos visível, ao efetuar a declaração de Imposto de Renda, revisitamos nossa história do último ano, e a traduzimos em números. Ali, pode aparecer uma demissão, um divórcio, uma herança recebida pelo falecimento de um ente muito querido.
Pode aparecer coisas legais também, um aumento de rendimentos, uma conquista, a casa própria, ou seja, declarar Imposto de Renda, é contar a nossa história por meio de números.
Paula Sauer é economista, especialista em educação financeira e psicologia econômica, professora de Economia Comportamental na ESPM.
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